Acreditamos que talvez seja necessário voltar no tempo, mais precisamente na década de 80, quando teve início a organização do movimento das pessoas com deficiência no Brasil, para que possamos promover o diálogo e reflexões sobre a importância do protagonismo das pessoas com deficiência (PcD) na sociedade.
Em 1988, várias das associações ligadas aos direitos das pessoas com deficiência indicaram temáticas pertinentes as suas especificidades e particularidades para inclusão na Constituição Federal (CF). O fruto deste trabalho é a inclusão do tema da pessoa com deficiência na CF de forma transversal, pois a visão era de que não seria interessante para o movimento a construção de guetos.
Daquele momento até hoje, o movimento das pessoas com deficiência vive momentos desafiantes, já que a luta constante é por direitos e não privilégios. Alcançar o protagonismo neste processo é um duplo desafio: a luta pela conquista dos direitos e a convicção de que é necessário mudar a sociedade. A inclusão real só ocorrerá quando todas as pessoas fizerem parte de uma só sociedade.
A pauta aqui é embasada na certeza de que as pessoas com deficiência são seres sociais, com direitos e obrigações e, assim sendo, podem e devem ser protagonistas de suas vidas. Acreditamos que a sociedade capixaba precisa ir além, excluir de seu pensar e fazer o conceito de que acessibilidade e inclusão são um favor as pessoas com deficiência. Ao contrário, ela deve criar condições para que as pessoas com deficiência se expressem em suas potencialidades, demonstrando suas habilidades.
Quando partimos do ponto certo, de que as pessoas com deficiência são mais do que capazes de decidir sobre suas vidas, estamos convidando a todos, e em especial às famílias, para que as incentivem a buscar o protagonismo e emancipação não só nas atividades sociais, mas principalmente nas atividades profissionais e acadêmicas.
E para tanto precisamos estar atentos as formas de inclusão das pessoas com deficiência na Educação, no sentido de destacar a educação como o primeiro espaço institucional a acolher essas pessoas. No mesmo patamar em que, outrora, o processo de reabilitação nasceu com o propósito de inclusão produtiva, hoje, a escola se caracteriza como mais um importante espaço de inclusão e também de protagonismo da pessoa com deficiência.
Destacamos que muitos são os estigmas que ainda permeiam essa relação social, principalmente quando a pessoa tem deficiência intelectual. Nesses casos o preconceito é maior e mais destrutivo.
Por conseguinte defendemos o lema “nada sobre nós, sem nós”. Achamos justo que todas as ações voltadas às pessoas com deficiência sejam realizadas com a participação efetiva delas. Desta forma contribuiremos para que elas desenvolvam seu protagonismo social, político e todos os outros que elas já desenvolvem.
Como exemplo que enche nossos corações de esperança para a construção de uma sociedade igual para todos e todas, destacamos que três pessoas com deficiência intelectual ocupam assentos no Conselho Municipal dos Direitos da Juventude e Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência em São Paulo.
Esses cidadãos debatem questões complexas como as barreiras atitudinais enfrentadas por elas e constroem propostas em relação às politicas públicas que devem ser desenvolvidas para eles. É isso que acreditamos e defendemos: que as pessoas com deficiência falem por si e ocupem o campo do protagonismo que é delas. Que passem da invisibilidade para a visibilidade. E por isso, cada dia mais, nos juntamos a essas pessoas em uníssono para dizer “nada sobre nós, sem nós”.
Vereador Roberto Martins (PTB), é vereador de Vitória
Data de Publicação: segunda-feira, 01 de abril de 2019
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